Peças criadas pelos participantes da primeira edição da Oficina de Criação Sonora, realizada nos dias 6 e 13 de julho. Os autores foram desafiados a construir narrativas a partir de sons da distância, uma coleção participativa de mais de 60 registos partilhados durante a quarentena.
Voltar a refletir e a ouvir
Ana Sofia Paiva
Vivemos tempos apressados. A caminho do trabalho, nos transportes, a correr para reuniões ou para as festas da escola dos nossos filhos, a vida passa tão depressa que nem nos damos conta. Mas entrou em cena uma pandemia: com todas as desvantagens e tristeza que ela nos trouxe, um dos aspetos positivos foi o abrandamento do tempo. Esta peça designa isso mesmo: experienciar a paisagem em vez de a vermos apenas pela janela, dar valor ao que antes tínhamos como garantido. A vida não espera.
Som da liberdade
Anita Rodrigues
No primeiro momento da criação sonora, que representa a vida pré-pandemia, são ouvidos sons associados à liberdade (como por exemplo, ir a concertos e convívios com amigos/as). O segundo momento, situado já na vida durante a pandemia, é possível ouvir sons presentes numa liberdade reinventada.
Weather forecast / Previsão do tempo
Diana Serrão
A ideia para a paisagem sonora surge a partir de um texto de Harold Pinter, intitulado“Weather Forecast / Previsão Meterológica”, que nos remete para a tensa relação do Homem com o Tempo e a escuta ativa do áudio dos Sons da distância.
Pretende-se criar uma relação dramática com o Tempo através da voz humana e dos sons de diferentes lugares e espaços num ambiente sonoro imersivo que nos desperte os sentidos, a memória e a imaginação.
Where we are now
Rui Dias
Daqui a umas décadas, num mundo assolado pela guerra, em que as estruturas em que assenta a civilização ocidental desmoronaram, um pai conta ao filho como tudo começou, em 2020.